segunda-feira, 21 de março de 2016

Velho Chico. Globo parou de errar. Agora é manter e buscar acertar. Revolucionar.

No Brasil, falou Globo, partiu pra polêmica.
Neutralidade de julgamento, raridade por aqui. Emissora vive nos Polos. Amor eterno ou controle na mão.
Globo jamais será unanimidade, embora seja unânime.
Não há como tirar da Globo sua influência e importância na construção da "Cultura Pop Patropi".
Nebulosidade  moral, influência política, etc..,argumentos contra Globo, que ultrapassam fronteiras do real. Principalmente no etc.
Emissora, vista como de vanguarda, inventora a revolucionar universo telinha, hoje desmascarada.
Com a chegada da TV Fechada descobriu-se uma mera importadora de ideias.


Nada pode ser mais Globo, do que suas Novelas.
Rejeição diretamente proporcional a reconhecimento. Folhetim incorporado ao acervo cultural do País.
Impossível imaginar brasileiro sem Futebol, Carnaval, Corrupção e Novela. Nossos principais produtos de exportação.
Sonho de muitos é se livrar da convivência indesejável. Sabidamente utopia.
Pode acontecer, mas dentro de transformação a longo prazo. Bota longo nisso.
País que dá IBOPE a Big Brother por 16 anos, não demonstra velocidade na mudança de costumes.


Mesmo os maiores críticos reconhecem.
A história nos proporcionou  produções épicas. Novelas formaram opiniões, mudaram hábitos, influenciaram o dia a dia de muitos, criaram ídolos e viciaram.
Obrigações comerciais, imposições de faturamento sempre maior, desafio de audiência no ápice, para custear alta Folha de Pagamento e produções cada vez mais sofisticadas, diluíram conceitos de qualidade. O importante é vender.
Modismos surgiram. Somados à tendências de Diretores, de colocar o seu "normal", para incutir novos conceitos de certo ou errado, desviaram produções do objetivo inicial.
Ultimamente tornou-se impossível assistir novelas globais, sempre voltadas a "glamourizar" Favela, Pobreza e insistir "exaustivamente" na imposição de conceitos sexuais.
Horário Nobre transformado em overdose de "bichinhas afetadas", caricaturas engraçadas do real sentido do Universo Gay, sexo grupal, bundas, Funk e é nóis.
Teimosia cegava responsáveis. De nada adiantavam súplicas de mudanças, inclusive "do reles mortal, que vos escreve essas mal traçadas linhas."
Fez-se necessário a punição via bolso. Desinteresse e desvalorização do Horário Nobre, fizeram cabeças caírem.


Ninguém assiste novelas, mas fatia esmagadora sabe  detalhes e segredos das tramas. A simples chamada para a "Nova", com cara de "Jativi",  garantia fracasso antecipado.
Espectador cobrava a volta de temas históricos, regionais e com pitadas do tempero Rock Santero, Tieta, Irmãos Coragem, Bem Amado, Gabriela e tantos outros.
Oportunidade do viajar pela riqueza de costumes, unindo o divertir com o aprender.
Depois de um longo e tenebroso inverno, no tórrido calor dos morros cariocas, Globo deu guinada e  foi além.
Maturidade, sobriedade, bom senso e luta por sobrevivência de polpudos salários, trocaram shorts enfiados, por roupas de época, via imaginário infantil.


Meu Pedacinho de Chão, laboratório do horário experimental da seis, com tudo para se tornar sonoro fracasso, ganhou a simpatia do Público.
Teatral, viajando na mágica visão infantil, colocava personagens a flutuar por Cenários Multicoloridos.
Diálogos marcados pelo poder de síntese. Prioridade à fotografia, interpretação gestual e efeitos especiais.
Brincadeira séria, marcou sua passagem e deixou boas alternativas de novos caminhos.
Responsáveis do criar pegaram carona no Balão Mágico. Aposta definitiva. Roleta Russa. Risco absoluto. Pena pra quem deixou o barco afundar.
Hora de ousar. Mesmo errando, nada a perder. Audiência já estava no chão.
Surge Velho Chico, seguindo mesma receita, mas com cenário retrô, do Nordeste Brasileiro.
Totalmente Teatral, com cenas carregadas de emoção. Tudo pra fazer história.
Primeiros Capítulos chegaram chegando e emocionando.
Nascimento de Bebê, entre os cactos da seca. Homem tentando cavar poço com as mãos, no desespero de salvar a propriedade. Sertanejo se largando nas àguas do São Chico, como que se encontrasse com o Criador. Jovem com facão no peito, no já esquecido casa ou morre, em nome da honra e tantas outras.


Valeu até copiar "Pantanal da BAND", com saída do rio de jovem, estilo Morena Pantera, ao avistar Príncipe Encantado. Movimentos que fizeram voltar à "Juma".
Ousadia na tensão dos diálogos. "Shakespeare" pede passagem. Hamlet dando as cartas. Nada novo, mas perfeitamente aceitável, para quem se firmou como importadora e novidade para público distante do Teatro.
 Podem comemorar sucesso. Pelo menos na primeira fase.

Esperemos que não se repita o erro favela sexual, com overdose de produções padrão Velho Chico, em carona do sucesso.
Na vida, piada repetida perde a graça.
Hora de arriscar e brincar com o tempo de forma radical.
Sobrevivência ligada à coragem do viajar no Tempo, tornando a última fronteira, em apenas a primeira parada.
Globo tem tecnologia para. Momento de trazer à tela histórias de períodos pré histórico ou de Séculos ainda por vir.
Hora dos muito bem pagos profissionais globais, voltarem à prancheta.
Até o próximo capítulo.

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